Lençol
Quando se descobre
deitado na cama
o sopro abraça a pele
como se o asfalto
que sustenta o sereno
a cobrisse no descanso
úmido da folha
escorregadia como a claridade
às cinco da manhã
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs_TXmo0bNSwWlVCmpdEze6pwgClC3fE9sqDXZ6OWIbSxoO6XiLz7MtydKJu4SZgBuHJJDn7g1OhB_nZ1t5pf3m9LSdjfENOozdfOw3Y9Tu0Kj5RiA42GVlJGlubAt8DelPkp6iEhJGqs/s320/goeldi_abandono.jpg)
O demônio meridiano
O sono do meio-dia
traz a ausência
de vultos que envolvem
pálidos a pele do rosto
e o sufoca de desejo
de outras celas
acedia
nas paisagens refletidas
pela extensão
do corpo sutil
fluido bilioso
de monges renascentistas
e pintores de fantasmas
miméticos
perfis de árvores e flores
não vistos ainda
tristitia
ou escritores que sentem
há séculos
o zumbido agudo
de Saturno
enquanto comprimem
a orelha esquerda
de sangue espesso
e escuro entranham
espíritos de
melancolia
Confira estes e outros poemas de Nicole Cristofalo na sexta edição da Celuzlose, editada pelo poeta Victor Del Franco: http://celuzlose.blogspot.com. Os poemas fazem parte do livro, ainda inédito, linhas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi239UaA2xgF4s4sgIBH23_jOt-BNgtT99ZttO3fDwHvtOYxgQlKg9ZhfJMnerLiNKDWYkdJiBXBWg1bqB_g9WMHzI9cQDS1Ms3r_pbzwvN71j1W8eNt0yofJr0Y_OsOLfox8K1KXncf5o/s320/Celuzlose06Capa.jpg)
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