Poemas de Nicole Cristofalo
Lençol
Quando se descobre
deitado na cama
o sopro abraça a pele
como se o asfalto
que sustenta o sereno
a cobrisse no descanso
úmido da folha
escorregadia como a claridade
às cinco da manhã
O demônio meridiano
O sono do meio-dia
traz a ausência
de vultos que envolvem
pálidos a pele do rosto
e o sufoca de desejo
de outras celas
acedia
nas paisagens refletidas
pela extensão
do corpo sutil
fluido bilioso
de monges renascentistas
e pintores de fantasmas
miméticos
perfis de árvores e flores
não vistos ainda
tristitia
ou escritores que sentem
há séculos
o zumbido agudo
de Saturno
enquanto comprimem
a orelha esquerda
de sangue espesso
e escuro entranham
espíritos de
melancolia
Confira estes e outros poemas de Nicole Cristofalo na sexta edição da Celuzlose, editada pelo poeta Victor Del Franco: http://celuzlose.blogspot.com. Os poemas fazem parte do livro, ainda inédito, linhas.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
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